quinta-feira, 3 de julho de 2014

O Silêncio das Montanhas - Khaled Hosseini

O Silêncio das Montanhas
Khaled Hosseini
Globo Livros 
2013
348 páginas

Autor de O Caçador de Pipas

Um romance épico que atravessa seis décadas, quatro países (Afeganistão, França, Grécia e EUA) e conta a história de dois irmãos, Pari e Abdullah. Separados na infância, eles passam a vida sentindo a ausência um do outro. Uma trama de amor, traição, solidariedade, egoísmo, relações familiares e sobre como as escolhas de cada um influenciam gerações. Nesta jornada, como o autor diz através de um de seus personagens: "o tempo é como um encantamento. A gente nunca tem o quanto imagina."

Comecei a ler o livro, já sofrendo desde a contemplação da capa ... Sou apaixonada pelo autor, lí todas as obras (O caçador de pipas e Cidade do sol), sendo que essa agora é minha favorita. Para mim, é praticamente impossível não amar os livros desse autor, que consegue retratar a dureza da vida real com uma sensibilidade profunda.
Sempre mergulho de cabeça nos livros conforme estou lendo, perseguindo os personagens, nesse caso, literalmente os personagens, pois o livro conta várias histórias, com várias pessoas diferentes, que núcleos diferentes, com vidas diferentes, e incrivelmente todas as personagens interligadas por laços estreitos.
O que abre o livro, é uma fábula que o pai de Pari e Abdullah conta: um gigante que leva um dos filhos de uma família, para que os outros se salvem. O pai sobre absurdamente essa perda e decide procurar o gigante e acertar suas contas. Ao encontrar o lugar da morada do gigante (devs) descobre que seu filho está vivo com outras crianças, e na medida que conversa com o gigante, entende que o filho no lugar que está no momento terá melhores condições de vida do que com a família dele, que vivem na dura realidade do Afeganistão. O pai então decide deixar o filho onde está e volta sozinho para casa. 
Essa fábula, tem ligação ao fato de que nas páginas seguintes o pai de Pari e Abdullah vende a filha de 3 anos, Pari, a uma família rica de Cabul, pois a família está passando por difíceis momentos financeiros. E desse momento parte toda a história, comigo na expectativa de que os dois iriam se reencontrar.
Minha surpresa está nas páginas seguintes, onde vão aparecendo novos personagens, novas histórias, e novas vidas, se relacionando com algo que formando uma teia gigantesca que passa por décadas e países distintos. Os personagens que conhecemos são Nabi (chofer de Wahdati), Wahdati (apaixonado por Nabi), Nila (poeta e esposa de Wahdati), Idris e Timur (primos que fugiram do Afeganistão), Adel (descobre que o pai é um criminoso na verdade), Markos (médico), Thalia (irmã de criação de Markos), irmãs Parwana e Masooma (muita importância desde o inicio da história).
Assim como os outros livros do autor, ressalta a abnegação, amor e fidelidade, de maneira incrível e belíssima. O final é brilhante e fecha perfeitamente a teia formada durante a narrativa. 
O autor nos leva ao coração da história, que dói, que sorri, que tem esperança, que chora, que entende os acontecimentos não citados, mas citados nas entrelinhas dos acontecimentos.
Mais uma vez o autor retrata o Afeganistão por meio de personagens que nasceram, viveram,  sofreram, e não desistiram de seguir. Leitura fantástica!













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