sábado, 4 de outubro de 2014

Noite de Tempestade - John Sandford




Noite de Tempestade
John Sandford
Arqueiro
2013
264 pag


Numa noite quente em Minnesota, o investigador Virgil Flowers está na cama com uma de suas ex-mulheres quando recebe uma ligação do chefe.
Um corpo foi encontrado em Stillwater e tudo leva a crer que se trata de mais uma vítima de uma série de assassinatos. Para evitar que o número de mortos aumente, Virgil precisa agir o quanto antes.
Ao chegar à cena do crime, ele fica intrigado: o assassino se dera o trabalho de enfiar um limão na boca do morto. Logo o investigador descobre que pelotões vietnamitas faziam isso com seus prisioneiros para que eles não falassem durante a execução.
Seguindo essa pista, Virgil vai atrás da solução para esse mistério. Quanto mais é pressionado, mais se envolve na investigação e precisa expandir sua rede de contatos. Ele vai contar com a ajuda de Mead Sinclair, um radical professor pró-Vietnã, e de Mai, sua atraente filha, mas interessada no detetive do que no caso.
Com sua escrita ágil e empolgante e personagens surpreendentes, John Sandford prende o leitor como poucos autores sabem fazer.


Esse livro é o segundo de uma série do detetive Vilgil Flowers, mas pode ser lido independente, que não haverá nenhum comprometimento por falta de informações do primeiro.
Como todo livro policial, a sinopse já diz tudo que se pode dizer da história sem comprometer a curiosidade do leitor e o suspense do autor. Por isso, serei breve.
Acredito que a guerra do Vietnã é até hoje uma ferida que não cicatrizou totalmente para os americanos, é considerado a maior derrota militar e moral, isso contra um inimigo não muito bem definido e com poderio militar muito inferior, por isso sempre aparecem nos livros de ficção americana, e nos leva a pensar sobre a guerra e em suas negatividades.
Foi em um cenário de guerra no Vietnã que a história se inicia, mas até Virgil descobrir isso, já estamos bem adiantados na leitura, e há envolvimentos de rock, guerra, vingança, tráfico, máfia, corrupção, traição do estado, política e um final que realmente me surpreendeu.
A leitura é bem fácil, rápido, capítulos curtos e bem desenvolvidos, tudo em torno de Virgil e suas atitudes como protagonista. Ele mesmo tem uma personalidade um tanto diferente, gosta de rock e de pescar, é investigador de polícia e escritor de artigos sobre pesca, tem visual estiloso e falante também (acaba por contar sobre o caso com qualquer pessoa que queira tirar alguma informação, penso que fala demais para um investigador... sei lá né).
O final é bem satisfatório, tem certa reviravolta que não esperava e que poderia ter deixado o final um tanto a desejar, mas o autor, conseguiu encontrar uma saída bem interessante para a história.
É mais uma história para ler sem muitas expectativas, somente se deixar levar pela narração, para ser uma leitura tranquila e rápida.


Se Eu Ficar - Gayle Forman





Se Eu Ficar
Gayle Forman
Novo Conceito
2014
193 pag


"A última coisa de que Mia se lembra é a música."

Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais - mas não sente nada.
Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela.
Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente - e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.
Se ela ficar...



A primeira vez que vi o livro, foi as páginas que me encantaram, são desenhadas com notas musicais, e por se tratar de uma protagonista ligada a música, tem tudo em sintonia. Mas a história não me chamou a atenção.
Conversando com umas amigas sobre o livro, antes de começar a ler, todas disseram que gostariam de ler também, que estavam ansiosas pelo filme, isso foi "a gota d'agua" para iniciar a leitura, descobrir o porquê de tanto sucesso.
E foi assim que conheci Mia com sua família, irmão pequeno e pais descolados. Personagem principal super sincronizada com a música (violoncelista) e confusa com o seu verdadeiro lugar na família e até mesmo com o namorado músico.
O início da leitura é como Mia se vê, um tanto deslocada ou melhor, sem graça. Narrativa em primeira pessoa e rápido, tudo acontece em um pouco mais de um dia. Tudo aos olhos de Mia, que mesmo depois do acidente continua narrando sendo um espírito, ela tem ciência de que está no hospital e tem pensamentos bem divertidos ao descobrir que é um espírito, como por exemplo tenta atravessar paredes e portas fechadas, ok não dá certo (já contei).
No período que está internada ela apresenta os demais personagens, contando coisas do passado e a importância que ela dá para aquela pessoa, como os pais, o irmão, avós, a melhor amiga e o namorado (músico de uma banda de rock). O namorado Adam é o centro de sua narrativa para a decisão do ficar ou não, ela descreve o quanto são diferentes e o quanto se amam, e as decisões da vida poderiam separá-los de qualquer maneira.
Mia também tem ciência da morte de seus pais e irmão no acidente, ela sofre muito com essa perda, e nesse sofrimento é que ela descobre que precisa decidir entre ficar ou não.
Vale ressaltar que a autora, Gayle Forman, com esse livro destaca para a vida dinâmica que temos hoje, um momento estamos com as pessoas que amamos e no outro não mais. A importância de viver o hoje é como se estivesse nas entrelinhas, da família, da dor da perda, da compreensão das situações diversas, valor de uma amizade, e sem dúvida o que o amor pode fazer. Não só o amor da personagem pelo namorado, mas pela música também, é um tipo de amor que sobressai a nossa imaginação.
É uma leitura simples, rápida, em uma página estava em família, logo acontece o acidente e no último paragrafo o desfecho (dica, não leiam o ultimo paragrafo antes ok!).
Digo também que é um livro que os adolescentes podem simplesmente amar a história e se envolver até a último palavra, mas para adultos, muitos podem achar a história um tanto "juvenil" demais.
Pessoalmente, superestimei esse livro, devido ao "modismo", e sinceramente, não alcançou minhas expectativas, o que é uma pena. Achei a história incompleta que preciso ler a continuação, isso mesmo, haverá continuação no livro Para Onde Ela Foi (esse será narrado por Adam, namorado de Mia), assim tentar completar a história. Mas já sabendo que a leitura será como essa, digamos que simples, só espero que como essa também, traga algo nas entrelinhas que vale a pena ler.



Private - Agência Internacional de Investigações - James Patterson e Maxine Paetro




Private - Agência Internacional de Investigações
James Patterson e Maxine Paetro
Arqueiro
2012
207 pag


"Você está morto, Jack"

Jack Morgan é dono da Private, a melhor agência de investigações que existe, com escritórios em vários cantos do planeta. É a ele que os homens e as mulheres mais influentes do mundo recorrem quando precisam de total eficiência e máxima discrição. A agência é o único recurso quando a polícia não pode fazer mais nada.
Enquanto Jack e sua equipe investigam o assassinato de 13 garotas, surgem dois outros casos, bem mais pessoais. Fred, tio de Jack, procura-o pedindo ajuda com um escândalo financeiro que pode destruir a liga profissional de futebol americano. E a esposa do melhor amigo de Jack, Andy Cushman, é encontrada morta.
Com a Private, nenhum caso fica sem solução. Os três mistérios parecem insolúveis, mas Jack conta com os melhores investigadores e com o que há de mais avançado em tecnologia - recursos que, muitas vezes, não estão à disposição da polícia. Além disso, a agência não responde a instituições oficiais, portanto, nem sempre precisa jogar de acordo com as regras.


Confesso que comprei esse livro por "modismo", estão muitas pessoas falando sobre o autor, o quanto ele é bom e só eu quem não o conhecia ainda, então vamos começar de algum jeito, não é? Por isso escolhi esse livro para começar minha conversa com o autor, apesar de ter a participação de Maxine (que ainda não ouvi falar nada).
Ao iniciar a leitura se percebe que será dinâmico o desenrolar, são capítulos curtos, intercala entre narrador de primeira pessoa (capítulos do Jack) e de terceira pessoa (outros investigadores e até mesmo o assassino). Mas por ser curto os capítulos, os acontecimentos são rápidos, vários personagens entram e saem, até a máfia surge e essa fica por um tempo interessante na história, alem de fazer parte até do final.
O único personagem que aparece com relatos do passado é Jack, da época que esteve no Afeganistão, e passagens da relação conturbada com o irmão e o pai. Os demais personagens tem personalidades "normais" e não tem passado (muitíssimo breve o relato) e nem futuro (não sei). 
A história em si é exatamente como na sinopse, qualquer coisa a mais já irei contar o que não devo, a curiosidade deve permanecer sempre...
Ressalto que gostei da leitura, no meu caso, esse tipo de leitura fácil e rápida, é ótima para intercalar com livros de história pesada, ou que marca demais.
Espero que vocês também curtem de maneira mais descontraída, sem muitas expectativas, somente ser levado pela leitura.




Sangue na Neve - Lisa Gardner




Sangue na Neve
Lisa Gardner
Novo Conceito
2013
414 pag


"Uma mulher é capaz de tudo para defender aquilo que ama"

A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência.
A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D. Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples.
No entanto, ao abrir o inquérito, D.D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e - afinal - onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha?
D.D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.


"Quem você ama?
É uma pergunta que qualquer um deve ser capaz de responder. Uma pergunta que define uma vida, cria um futuro, guia a maioria dos minutos do dia das pessoas. Simples, elegante, envolvente.
Quem você ama?"

Simplesmente amei esse livro, que até é difícil escrever sobre ele.
Há muito que não lia um livro policial com tanta inteligencia em seu desenrolar.
Depois que já estava lendo esse, que descobri que a autora é conhecida por sua inteligencia com a detetive D.D.Warren, apesar de em Sangue na Neve, a detetive ficar um tanto ofuscada pela personagem Tessa Leoni. Sangue na Neve é o quinto livro de uma série de seis, mas pode ser lido independente dos demais, pois eu li esse primeiro e não deixou nada a desejar não ter lido os outros.
A história se inicia com a narrativa em primeira pessoa de Tessa Leoni, e o intrigante entra no coração que não te deixa mais sossegada enquanto não termina a leitura. Que é intercalada com capítulos em primeira pessoa de Tessa Leoni, narrando o passado e o presente no mesmo capítulo, e capítulos em terceira pessoa, onde o narrador conta sobre a detetive Warren e seu parceiro Bobby.
A leitura é muito mais do que envolvente, durante a trama me peguei do lado da Warren e muitas vezes do lado de Tessa, pois há tantas reviravoltas que era difícil saber quem era o mocinho do história. Bobby com certeza me cativou, fez seu papel de personagem conciliador, pois muitas vezes também fiquei com certa irritação com Warren, ela apresenta uma teimosia, uma falta de sensibilidade e ainda ficava com o "cadê a Sophie?", e ao mesmo tempo sensível demais, por descobrir que está grávida (logo no inicio da leitura).
Tessa Leoni, é apresentada de um jeito no inicio, se altera no meio e no final é outra pessoa, passei a julgá-la inocente, culpada, inocente, culpada e assim vai pelo livro todo. A personagem é muito inteligente, e a autora a coloca em situações que o leitor não imagina, suspeita inúmeras possibilidades, mas não a que é a real usada no livro para desamarrar pontas.
Surge personagens no decorrer da história que não tem somente uma passagem, mas uma função extremamente importante, deixando relatos e suspenses que deixam o leitor "de queixo caído".
O que mais impressiona alem da inteligencia dos personagens, é o sentimento do amor apresentado por Tessa. A história enfatiza o amor de mãe para filha, a força que um amor pode te dar. Nas entrelinhas do texto nota-se que tudo que Tessa fez foi pela filha desde a mudança de vida até as últimas atitudes. Mas antes da filha, a personagem apresenta o amor de uma amizade verdadeira, Tessa foi fiel a uma amizade que deixou marcas profundas na vida dela, e deixou suspeitas no momento de investigação pela Warren e Bobby. Acredito que o amor muitas vezes relatado por meio de família ou amor conjugal, aqui é narrado também por uma amizade. Tessa sem sombra de dúvida, é uma personagem de sentimentos fortes e decidida, impossível não amar e odiá-la ao mesmo tempo....
Já Warren, para mim ficou um tanto ofuscada sua personalidade, acredito que ela mesma está se reapresentando, antes poderia ter uma personalidade mais forte e ressaltada, mas com a gravidez ficou um tanto sensível e ao mesmo tempo insensível, ela mesma se encontra confusa. O que fez com que a inteligencia de Tessa tenha sido tão avassaladora quanto a expectativa dos leitores.
E claro que o final teve a participação essencial de Bobby, que com carisma deixa sua marca nessa história tão empolgante.
A autora, Lisa, oferece muitas pistas e capítulos criativos para manter o leitor fascinado enquanto o suspense aumenta até o final realista. Inacreditavelmente emocionante e inteligente, impossível largá-lo até a última página. Ouvi dizer que Lisa Gardner é a Agatha Christie da atualidade, estou acreditando nisso.
Recomendadíssimo!!!! Tenho certeza que irão gostar......





As Lendas de Lemúria - A Guerra Contra a Sombra - Reinaldo Toso Junior




As Lendas de Lemúria - A Guerra Contra a Sombra
Reinaldo Toso Junior
Pandorga
2014
484 pag

Diante da desgraça que se abate, os personagens vão se apresentando no desenrolar da história, surgem heróis do povo, soldados valorosos, grandes reis e princesas decididas todos com seus altruísmo e valores, junto com eles se aliam aos animais de Lemúria, domesticados ou não, dos conhecidos dragões até os imensos bombos, búfalos gigantescos entre muitos outros. O cruel inimigo se utiliza de uma forja de homens desta faz seres cruéis, meio humanos meio animais, que os lança contra todos os reinos. O cenário é povoado por castelos, vilas e habitantes, ambientados em um cenário medieval, com batalhas imensas cercos e assaltos terríveis, armas, grandes e viagens e tecnologias que misturam magia e conhecimento. Para quem aprecia ficção/fantasia esta inédita aventura irá levá-lo a um universo mágico descrito em detalhes, um universo mágico que o leitor jamais irá esquecer: As terras de Lemúria.

Esse é mais um livro da minha amiga Ester, pois é, ela comprou e já levou para mim, com a frase conhecida: " Mônica, esse livro tem sua cara!". ok se tem minha cara vamos conhecê-lo.
De imediato não conhecia o autor, até pesquisar e descobrir que o mesmo é professor e já deu aulas na faculdade daqui onde moro. Posteriormente, conversando com outros amigos, descobri que conheço alunos dele e que o admiram muito, e o livro passou a ser assunto principal. 
Ao iniciar a leitura, logo nas primeiras páginas já se nota um "ar" de Senhor dos Anéis. Há uma maga, a Bela (no Senhor dos Anéis há um mago), o inimigo cria os orcos (no Senhor dos Anéis o inimigo cria os orcs), e há a Sombra, escuridão que assombra a todos (como no Senhor dos Anéis). E toda a trama se desenrola com esse ar de Tolkien. Mas com um detalhe totalmente diferente, a linguagem muito mais simples, mas clara e de rápida leitura e entendimento.
Gosto particularmente de literatura fantástica, principalmente com mapas e tal, me envolvo mais na história, e As Lendas de Lemúria tem isso, e também muito fácil de entender com as explicações do início do livro, antes de entrar realmente na história.
Vale ressaltar, que ao final do livro, há os acontecimentos em ordem cronológica, e esses passam dos relatos do texto, pois é, até achei que tivesse faltando páginas no volume, mas não, o autor já destaca acontecimentos futuros, para os próximos livros, o que é bem nítido, haverá continuação.
O que gostei bastante também, é na situação de destaque para personagens femininas da época medieval, tão comum o destaque ser masculino, em As Lendas de Lemúria, há rainhas, bravas guerreiras e ao mesmo tempo românticas mulheres. Elas não são secundárias como na maioria dos livros que já li com história medieval e guerras, elas são fortes, guerreiras e tem um "clube da luluzinha" para que possam discutir os assuntos de guerra e estratégias de ações, mesmo no quesito amor.
Outra abordagem que gosto muito, são os assuntos de rápido desenrolar, as ações são planejadas e já executadas, sendo descritas vários cenários ao mesmo tempo, pois os personagens se separam, juntam, separam, juntam e assim vai, sendo que o autor mantem todos atualizados para o leitor, sobre o que está fazendo e o que irá fazer. 
Como diz na sinopse do livro, para quem aprecia ficção/fantasia, esse livro irá levá-lo a um universo medieval e envolvente. Para os fãs de Senhor dos Anéis, como eu, acredito que o livro falta. Mesmo assim indico para uma leitura gostosa, tranquila e envolvente a sua maneira.



terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Caçada - Clive Cussler



A caçada
Clive Cussler
Novo Conceito
2013
383 pag

Por décadas, Clive Cussler vem deleitando leitores com romances repletos de suspense, ação e pura audácia. Agora, ele faz isso novamente, em um dos mais loucos e estimulantes thrillers de época dos últimos anos.
O governo norte-americano contrata a renomada Agência de Detetives Van Dorn e seu agente igualmente renomado, Isaac Bell, para capturar um lendário ladrão de bancos conhecido como Assaltante Açougueiro. Este assassinara homens, mulheres e crianças, sem deixar nenhuma pista nem testemunhas. O detetive Bell lidera a busca e finalmente descobre a verdadeira identidade do Assaltante Açougueiro. E nesse momento inicia-se a verdadeira caçada. 
Com um enredo intrincado, dois vilões extraordinários e a assinatura de Cussler em reviravoltas surpreendentes, A Caçada é o trabalho de um mestre no auge de seu talento.
  
Sendo sincera, comprei o livro basicamente pela capa. Havia na livraria vários do mesmo autor, todos com capas bem bonitas, divertidas, e escolhi esse a esmo, sem conhecer o autor e muito menos sem saber que esse é o primeiro livro de uma série de 7 livros.
A sinopse me ganhou pelo simples fato que curto demais livros de crimes, investigação e tal, já imaginando que seria um livro de fácil e rápida leitura.
Estive certa, a leitura é rápida, simples e de modo geral agradável. Uma boa história!! História que se passa no velho oeste, com carros sendo um tanto comuns mas ainda novidade os de alguma velocidade, cidades grandes, mas ainda com contendas sendo resolvidas à bala. Cenário que curti!
Basicamente, o livro sobre um ladrão de bancos profissional que mata todas as testemunhas após o assalto, não deixando nenhuma pista sobre sua identidade, e o governo contrata a renomada agência de detetives Van Dorn para solucionar o caso, onde o detetive Isaac Bell é o escolhido para "caçar" o ladrão.
Em determinado momento, Isaac identifica o ladrão e a aventura se dá para o capturar, com recursos limitados que o cenário proporciona, uma analogia de "o gato e o rato", um querendo ser mais esperto do que outro.
O livro é divertido, gostei de ter lido, e recomendo para leituras descontraidas, mas sem muita exigência, Isaac Bell está longe de ser um Holmes.

O Diário de Helga - Helga Weiss



O diário de Helga
Helga Weiss
Intrínseca
2013
238 pag
 
"Agora é tarde demais. Ficarei e aguentarei até o fim. Se estou destinada a morrer, que assim seja. Que seja feita a vontade de Deus." (página 182)
 
"Que os alemães vejam que não estamos incomodados. Deliberadamente, mantemos rostos alegres e nos forçamos a rir. Deliberadamente, para irritá-los." (página 40)

Calcula-se que das 15.000 crianças que passaram pelo campo de internamento de Terezín, na antiga Tchecoslováquia, apenas 100 chegaram com vida ao fim da Segunda Guerra Mundial. A respeitada artista plástica Helga Weiss é autora de um dos mais comoventes testemunhos do Holocausto. Aos 83 anos, ela vive em Praga, no mesmo apartamento em que morou com os pais antes da deportação. Em 1938, por ocasião da ocupação nazista em seu país, a menina de 8 anos, filha de um bancário e uma costureira, começou a escrever e a desenhar suas impressões sobre tudo que aconteceu com sua família. Em um caderno, Helga narra a segregação dos judeus ainda em Praga, a desumana rotina de privações e doenças de Terezín e sua peregrinação ao lado da mãe por campos de extermínio como Auschwitz, onde escapou por pouco da câmara de gás.
 
O relato da artista plástica Helga Weiss é mais um testemunho entre tantos que nos contam sobre os horrores do Holocausto e da perseguição aos judeus e não-arianos na época da II Guerra Mundial. Escritos feitos por ela ainda criança, que viveu tudo isso e registrou em folhas de caderno.
Confesso que facilmente me desperta interesse o livro com essa temática. Não é novidade obras que relatam os campos de concentração, e cada relato é único, por mais que contem a mesma história, cada pessoa que passou por isso, tem seu momento único e seu sofrimento também. 
O que não posso deixar de mencionar é o fato de "O diário de Hega" ser um livro um tanto quanto que estranho para quem leu "O diário de Anne Frank", não dá para comparar e nem completar, é diferente.
"O trabalho liberta", diz a placa na entrada de Terezin - campo de trabalho na antiga Tchecoslováquia para onde Helga foi levada com sua família. O livro é uma reunião de vários escritos de Helga desde que Praga foi invadida pelas tropas alemãs até a libertação dela e de sua mãe, 3 anos e meio depois.
Helga tinha 12 anos quando sua família foi levada para Terezin. Lá separavam homens e mulheres, o que gerou a separação de seu pai dela e de sua mãe. Nesse campo de trabalho, Helga relata como se manteve com sua mãe, as vezes (clandestinamente) encontrava com o pai, como era seu cotidiano, amizades, impressões e ingenuidades (demorou para entender sobre a existência de câmaras de gás e campos de extermínio). Em Terezin que viu pela última vez seu pai, que estava em um dos "transportes" (trens que levavam os judeus para outros campos, sem saberem se era de trabalho ou extermínio).
De Terezin, Helga e sua mãe foram mandadas para Auschwitz - Birkenau (local já conhecido, acredito), sendo que permaneceram pouco tempo lá, mas essa estada foi o suficiente para que as duas enxergassem o tamanho da guerra que estavam vivendo, e a partir de então, foram despachadas para outro campo, com o pensamento constante que encontrariam a morte.
O último trem que estiveram, foi o pior de todos os momentos, enfrentaram o medo, a fome, a imundície, as doenças e os maus tratos. Angústia infinita para o fim do sofrimento que não chegava. Nesse momento, as páginas se mostram tão profundas que é possível sentir uma parte da dor que aquelas pessoas sentiram, sentir ódio por aqueles insanos que estavam levando tantos seres humanos ao sofrimento agudo e a morte. Ao final Helga e sua mãe sobrevivem.
Vale ressaltar que o diário, Helga o recuperou depois de um ano de sua libertação e retorno à Praga, e nele continuou os registros de onde parara. Os escritos são de diferentes épocas, antes e após o final da II Guerra, é possível até perceber o crescimento narrativo do diário, pois todo o material foi editado pela própria Helga, removendo ou acrescentando informações, datas e impressões posteriores à escrita original. Isso na verdade, é informado no inicio do livro pelo organizador, o que para mim, quebrou um pouco a autenticidade do relato, mas em geral é um testemunho forte sobre todo aquele horror.
A principal novidade, ao meu ver, é que além dos textos do diário, há a publicação de uma entrevista com a Helga Weiss, o que ajuda o leitor a entender como foram os primeiros períodos do pós-guerra, e mais ainda a situação de que as guerras para essas pessoas não terminam, nem  mesmo depois de decretada a paz.
Outro diferencial são as fotos, ilustrações feitas pela própria Helga que retratam o dia a dia nos campos de concentração, e que nos leva a uma noção ainda maior do sofrimento de todas aquelas pessoas. Lendo e vendo o livro, mais uma vez me pego refletindo, como foi possível que o mundo permitiu que as coisas chegassem a tal ponto?!

O Conto do Adivinho - Bradford Morrow



O Conto do Adivinho
Bradford Morrow
Editora Record
2014 
373 páginas


Aos 7 anos, Cassandra pediu ao irmão Christopher que não saísse de casa numa tarde, pois algo terrível iria acontecer. O menino achou graça e saiu... para nunca mais voltar. Anos depois, mesmo após inúmeros acontecimentos intrigantes, ela acredita que tudo não passou de simples coincidência. Focada em cuidas dos filhos gêmeos e dedicada ao emprego de professora, Cassandra ousa usufruir apenas de uma parcela de seu dom, aplicando-o nas horas vagas ao ofício da radiestesia. Em um desses trabalhos, enquanto busca água em terras particulares a pedido de um empresário, ela tem uma aterradora visão que a força não só a confrontar fantasmas do passado como também algo real e perigoso, que há tempos está em seu encalço.
Esse livro, vale lembrar, que é mais um dos que peguei emprestado da minha amiga Ester, que quando ela comprou já me trouxe com a frase "Monica, esse livro tem sua cara!", e ai? como não ler? já peguei e mãos e olhos a obra...
Leitura em primeira pessoa, o que gosto muito, normalmente tem a riqueza de emoções mais profundas, e o início, é realmente como o esperado, dinâmico, profundo e produtivo, estava empolgadíssima com a história.
A protagonista e narradora, Cassandra, de início já relata a morte de seu irmão, conta sobre sua vida e de seus familiares, sobre como era sensitiva, e como tinha visões do passado ou futuro. A história estava se desenrolando bem, principalmente quando com uma visão de um corpo pendurado em uma árvore leva a encontrar uma moça desaparecida. Diante dos fatos, a narrativa segue em ritmo frenético, se desenrolando naturalmente e prendendo a leitura... mas, eis que a partir de então, as páginas seguintes foram desacelerando, desacelerando, e entrando outras histórias no meio, e a narrativa se tornou um tanto "enfadonha", deixando a impressão de que o autor estava "enchendo linguiça". E aquela história tão promissora, se tornou um tanto fraca, páginas que se viravam e parecia "não se sair do lugar". 
O final foi interessante, depois de um tempo as páginas voltam a criar vida e dinamismo, mas não foi o suficiente para que classifique o livro como bommm. O livro mistura o gênero policial com algo sobrenatural, o que acho interessantíssimo, mas esse livro em si, deixou a desejar, faltou um Q. Somente lendo para entender, talvez outras pessoas se identifiquem mais com ele do que eu. Quem sabe!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Trechos - O Silêncio das Montanhas

Impossível ler esse livro e não ter frases que mais tocaram, segue algumas que a mim foram essenciais:

" A beleza é uma dádiva imensa e imerecida, distribuída aleatória e estupidamente."

"Dizem que a gente deve encontrar um propósito na vida e viver este propósito. Mas, às vezes, só depois de termos vivido reconhecemos que a vida teve um propósito, e talvez um que nunca se teve em mente."

"Esse pequeno vislumbre frágil e bruxuleante de como poderia ter sido entre nós. Só causaria remorso, digo a mim mesmo, e o que há de bom no remorso? Não traz nada de volta. O que perdemos é irrecuperável."

"Sinto uma coisa dentro de mim me atraindo, me puxando, como um rebocador. Quero ceder aquela sensação, ser envolvido por ela, quero renunciar a tudo, me desnudar do que sou, jogar fora, como uma cobra descartando a velha pele."

O Silêncio das Montanhas - Khaled Hosseini

O Silêncio das Montanhas
Khaled Hosseini
Globo Livros 
2013
348 páginas

Autor de O Caçador de Pipas

Um romance épico que atravessa seis décadas, quatro países (Afeganistão, França, Grécia e EUA) e conta a história de dois irmãos, Pari e Abdullah. Separados na infância, eles passam a vida sentindo a ausência um do outro. Uma trama de amor, traição, solidariedade, egoísmo, relações familiares e sobre como as escolhas de cada um influenciam gerações. Nesta jornada, como o autor diz através de um de seus personagens: "o tempo é como um encantamento. A gente nunca tem o quanto imagina."

Comecei a ler o livro, já sofrendo desde a contemplação da capa ... Sou apaixonada pelo autor, lí todas as obras (O caçador de pipas e Cidade do sol), sendo que essa agora é minha favorita. Para mim, é praticamente impossível não amar os livros desse autor, que consegue retratar a dureza da vida real com uma sensibilidade profunda.
Sempre mergulho de cabeça nos livros conforme estou lendo, perseguindo os personagens, nesse caso, literalmente os personagens, pois o livro conta várias histórias, com várias pessoas diferentes, que núcleos diferentes, com vidas diferentes, e incrivelmente todas as personagens interligadas por laços estreitos.
O que abre o livro, é uma fábula que o pai de Pari e Abdullah conta: um gigante que leva um dos filhos de uma família, para que os outros se salvem. O pai sobre absurdamente essa perda e decide procurar o gigante e acertar suas contas. Ao encontrar o lugar da morada do gigante (devs) descobre que seu filho está vivo com outras crianças, e na medida que conversa com o gigante, entende que o filho no lugar que está no momento terá melhores condições de vida do que com a família dele, que vivem na dura realidade do Afeganistão. O pai então decide deixar o filho onde está e volta sozinho para casa. 
Essa fábula, tem ligação ao fato de que nas páginas seguintes o pai de Pari e Abdullah vende a filha de 3 anos, Pari, a uma família rica de Cabul, pois a família está passando por difíceis momentos financeiros. E desse momento parte toda a história, comigo na expectativa de que os dois iriam se reencontrar.
Minha surpresa está nas páginas seguintes, onde vão aparecendo novos personagens, novas histórias, e novas vidas, se relacionando com algo que formando uma teia gigantesca que passa por décadas e países distintos. Os personagens que conhecemos são Nabi (chofer de Wahdati), Wahdati (apaixonado por Nabi), Nila (poeta e esposa de Wahdati), Idris e Timur (primos que fugiram do Afeganistão), Adel (descobre que o pai é um criminoso na verdade), Markos (médico), Thalia (irmã de criação de Markos), irmãs Parwana e Masooma (muita importância desde o inicio da história).
Assim como os outros livros do autor, ressalta a abnegação, amor e fidelidade, de maneira incrível e belíssima. O final é brilhante e fecha perfeitamente a teia formada durante a narrativa. 
O autor nos leva ao coração da história, que dói, que sorri, que tem esperança, que chora, que entende os acontecimentos não citados, mas citados nas entrelinhas dos acontecimentos.
Mais uma vez o autor retrata o Afeganistão por meio de personagens que nasceram, viveram,  sofreram, e não desistiram de seguir. Leitura fantástica!













O Chamado do Cuco - Robert Galbraith

O Chamado do Cuco
Robert Galbraith
Rocco
2013
447 páginas

Robert Galbraith é pseudônimo de J.K. Rowling.

Quando uma modelo problemática morre numa queda de uma sacada da Mayfair coberta de neve, supõe-se que ela tenha cometido suicídio. O irmão, porém, tem suas dúvida e pede ao detetive Cormoran Strike para rever o caso.
Strike é veterano de guerra - ferido física e psicologicamente - e sua vida é uma confusão. A investigação lhe dá um salva-vidas financeiro, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no complexo mundo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas - e mais perto ele chega de um perigo terrível.

Confesso que comecei a ler o livro por pura curiosidade, como seria um livro da Rowling que não tem ligação com o bruxinho mais conhecido no mundo, Harry Potter? Quase que com "medo" do que me esperava atras daquelas páginas ... ufa... foi muito melhor do que eu imaginava.
Já de inicio o fato da morte de Lula, supostamente suicídio, até que seu irmão John contrata Cormoran para investigar a morte que para ele foi assassinato. Nesse inicio também há a presença da secretária de Cormoran, que é temporária e acaba por apreciar o trabalho desenvolvido de investigação e se estabelece como personagem fundamental para o desenrolar da história e permanece no escritório de Cormoran mesmo depois de vencido o contrato.
Com o passar das investigações, o leitor é levado a imaginar várias opções de assassinos, digo até que cheguei a imaginar o assassino correto, mas não conseguia entender as pistas para o tal. O personagem de Cormoran, é apresentado como sem graça e sem atração, o que com o desenvolver da história passa a conquistar o respeito do leitor, a sua inteligencia e capacidade de ligar pequenos detalhes a fatos concretos e a suposições, é fantástica.
Vale ressaltar que o livro é repleto de personagens fortes, com muitos conflitos narrados em paralelo com o conjunto, o que faz com que todos os personagens sejam relevantes para a história, sendo que tudo se desenvolve em cenário de multimilionários e celebridades. A narrativa é simples, fácil de acompanhar a linha de investigação de Cormoran, recheado com um certo melancolismo. 
Acredito que a autora ainda pode fazer melhor, esse sendo o primeiro livro nesse gênero e já um sucesso, só podemos imaginar que Rowling irá superar ainda mais muitas expectativas, além de já ter ouvido algo com a possibilidade de Cormoran virar série... vamos ver!