terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Caçada - Clive Cussler



A caçada
Clive Cussler
Novo Conceito
2013
383 pag

Por décadas, Clive Cussler vem deleitando leitores com romances repletos de suspense, ação e pura audácia. Agora, ele faz isso novamente, em um dos mais loucos e estimulantes thrillers de época dos últimos anos.
O governo norte-americano contrata a renomada Agência de Detetives Van Dorn e seu agente igualmente renomado, Isaac Bell, para capturar um lendário ladrão de bancos conhecido como Assaltante Açougueiro. Este assassinara homens, mulheres e crianças, sem deixar nenhuma pista nem testemunhas. O detetive Bell lidera a busca e finalmente descobre a verdadeira identidade do Assaltante Açougueiro. E nesse momento inicia-se a verdadeira caçada. 
Com um enredo intrincado, dois vilões extraordinários e a assinatura de Cussler em reviravoltas surpreendentes, A Caçada é o trabalho de um mestre no auge de seu talento.
  
Sendo sincera, comprei o livro basicamente pela capa. Havia na livraria vários do mesmo autor, todos com capas bem bonitas, divertidas, e escolhi esse a esmo, sem conhecer o autor e muito menos sem saber que esse é o primeiro livro de uma série de 7 livros.
A sinopse me ganhou pelo simples fato que curto demais livros de crimes, investigação e tal, já imaginando que seria um livro de fácil e rápida leitura.
Estive certa, a leitura é rápida, simples e de modo geral agradável. Uma boa história!! História que se passa no velho oeste, com carros sendo um tanto comuns mas ainda novidade os de alguma velocidade, cidades grandes, mas ainda com contendas sendo resolvidas à bala. Cenário que curti!
Basicamente, o livro sobre um ladrão de bancos profissional que mata todas as testemunhas após o assalto, não deixando nenhuma pista sobre sua identidade, e o governo contrata a renomada agência de detetives Van Dorn para solucionar o caso, onde o detetive Isaac Bell é o escolhido para "caçar" o ladrão.
Em determinado momento, Isaac identifica o ladrão e a aventura se dá para o capturar, com recursos limitados que o cenário proporciona, uma analogia de "o gato e o rato", um querendo ser mais esperto do que outro.
O livro é divertido, gostei de ter lido, e recomendo para leituras descontraidas, mas sem muita exigência, Isaac Bell está longe de ser um Holmes.

O Diário de Helga - Helga Weiss



O diário de Helga
Helga Weiss
Intrínseca
2013
238 pag
 
"Agora é tarde demais. Ficarei e aguentarei até o fim. Se estou destinada a morrer, que assim seja. Que seja feita a vontade de Deus." (página 182)
 
"Que os alemães vejam que não estamos incomodados. Deliberadamente, mantemos rostos alegres e nos forçamos a rir. Deliberadamente, para irritá-los." (página 40)

Calcula-se que das 15.000 crianças que passaram pelo campo de internamento de Terezín, na antiga Tchecoslováquia, apenas 100 chegaram com vida ao fim da Segunda Guerra Mundial. A respeitada artista plástica Helga Weiss é autora de um dos mais comoventes testemunhos do Holocausto. Aos 83 anos, ela vive em Praga, no mesmo apartamento em que morou com os pais antes da deportação. Em 1938, por ocasião da ocupação nazista em seu país, a menina de 8 anos, filha de um bancário e uma costureira, começou a escrever e a desenhar suas impressões sobre tudo que aconteceu com sua família. Em um caderno, Helga narra a segregação dos judeus ainda em Praga, a desumana rotina de privações e doenças de Terezín e sua peregrinação ao lado da mãe por campos de extermínio como Auschwitz, onde escapou por pouco da câmara de gás.
 
O relato da artista plástica Helga Weiss é mais um testemunho entre tantos que nos contam sobre os horrores do Holocausto e da perseguição aos judeus e não-arianos na época da II Guerra Mundial. Escritos feitos por ela ainda criança, que viveu tudo isso e registrou em folhas de caderno.
Confesso que facilmente me desperta interesse o livro com essa temática. Não é novidade obras que relatam os campos de concentração, e cada relato é único, por mais que contem a mesma história, cada pessoa que passou por isso, tem seu momento único e seu sofrimento também. 
O que não posso deixar de mencionar é o fato de "O diário de Hega" ser um livro um tanto quanto que estranho para quem leu "O diário de Anne Frank", não dá para comparar e nem completar, é diferente.
"O trabalho liberta", diz a placa na entrada de Terezin - campo de trabalho na antiga Tchecoslováquia para onde Helga foi levada com sua família. O livro é uma reunião de vários escritos de Helga desde que Praga foi invadida pelas tropas alemãs até a libertação dela e de sua mãe, 3 anos e meio depois.
Helga tinha 12 anos quando sua família foi levada para Terezin. Lá separavam homens e mulheres, o que gerou a separação de seu pai dela e de sua mãe. Nesse campo de trabalho, Helga relata como se manteve com sua mãe, as vezes (clandestinamente) encontrava com o pai, como era seu cotidiano, amizades, impressões e ingenuidades (demorou para entender sobre a existência de câmaras de gás e campos de extermínio). Em Terezin que viu pela última vez seu pai, que estava em um dos "transportes" (trens que levavam os judeus para outros campos, sem saberem se era de trabalho ou extermínio).
De Terezin, Helga e sua mãe foram mandadas para Auschwitz - Birkenau (local já conhecido, acredito), sendo que permaneceram pouco tempo lá, mas essa estada foi o suficiente para que as duas enxergassem o tamanho da guerra que estavam vivendo, e a partir de então, foram despachadas para outro campo, com o pensamento constante que encontrariam a morte.
O último trem que estiveram, foi o pior de todos os momentos, enfrentaram o medo, a fome, a imundície, as doenças e os maus tratos. Angústia infinita para o fim do sofrimento que não chegava. Nesse momento, as páginas se mostram tão profundas que é possível sentir uma parte da dor que aquelas pessoas sentiram, sentir ódio por aqueles insanos que estavam levando tantos seres humanos ao sofrimento agudo e a morte. Ao final Helga e sua mãe sobrevivem.
Vale ressaltar que o diário, Helga o recuperou depois de um ano de sua libertação e retorno à Praga, e nele continuou os registros de onde parara. Os escritos são de diferentes épocas, antes e após o final da II Guerra, é possível até perceber o crescimento narrativo do diário, pois todo o material foi editado pela própria Helga, removendo ou acrescentando informações, datas e impressões posteriores à escrita original. Isso na verdade, é informado no inicio do livro pelo organizador, o que para mim, quebrou um pouco a autenticidade do relato, mas em geral é um testemunho forte sobre todo aquele horror.
A principal novidade, ao meu ver, é que além dos textos do diário, há a publicação de uma entrevista com a Helga Weiss, o que ajuda o leitor a entender como foram os primeiros períodos do pós-guerra, e mais ainda a situação de que as guerras para essas pessoas não terminam, nem  mesmo depois de decretada a paz.
Outro diferencial são as fotos, ilustrações feitas pela própria Helga que retratam o dia a dia nos campos de concentração, e que nos leva a uma noção ainda maior do sofrimento de todas aquelas pessoas. Lendo e vendo o livro, mais uma vez me pego refletindo, como foi possível que o mundo permitiu que as coisas chegassem a tal ponto?!

O Conto do Adivinho - Bradford Morrow



O Conto do Adivinho
Bradford Morrow
Editora Record
2014 
373 páginas


Aos 7 anos, Cassandra pediu ao irmão Christopher que não saísse de casa numa tarde, pois algo terrível iria acontecer. O menino achou graça e saiu... para nunca mais voltar. Anos depois, mesmo após inúmeros acontecimentos intrigantes, ela acredita que tudo não passou de simples coincidência. Focada em cuidas dos filhos gêmeos e dedicada ao emprego de professora, Cassandra ousa usufruir apenas de uma parcela de seu dom, aplicando-o nas horas vagas ao ofício da radiestesia. Em um desses trabalhos, enquanto busca água em terras particulares a pedido de um empresário, ela tem uma aterradora visão que a força não só a confrontar fantasmas do passado como também algo real e perigoso, que há tempos está em seu encalço.
Esse livro, vale lembrar, que é mais um dos que peguei emprestado da minha amiga Ester, que quando ela comprou já me trouxe com a frase "Monica, esse livro tem sua cara!", e ai? como não ler? já peguei e mãos e olhos a obra...
Leitura em primeira pessoa, o que gosto muito, normalmente tem a riqueza de emoções mais profundas, e o início, é realmente como o esperado, dinâmico, profundo e produtivo, estava empolgadíssima com a história.
A protagonista e narradora, Cassandra, de início já relata a morte de seu irmão, conta sobre sua vida e de seus familiares, sobre como era sensitiva, e como tinha visões do passado ou futuro. A história estava se desenrolando bem, principalmente quando com uma visão de um corpo pendurado em uma árvore leva a encontrar uma moça desaparecida. Diante dos fatos, a narrativa segue em ritmo frenético, se desenrolando naturalmente e prendendo a leitura... mas, eis que a partir de então, as páginas seguintes foram desacelerando, desacelerando, e entrando outras histórias no meio, e a narrativa se tornou um tanto "enfadonha", deixando a impressão de que o autor estava "enchendo linguiça". E aquela história tão promissora, se tornou um tanto fraca, páginas que se viravam e parecia "não se sair do lugar". 
O final foi interessante, depois de um tempo as páginas voltam a criar vida e dinamismo, mas não foi o suficiente para que classifique o livro como bommm. O livro mistura o gênero policial com algo sobrenatural, o que acho interessantíssimo, mas esse livro em si, deixou a desejar, faltou um Q. Somente lendo para entender, talvez outras pessoas se identifiquem mais com ele do que eu. Quem sabe!