quarta-feira, 30 de abril de 2014

O Caminho do Poço das Lágrimas - André Vianco

Ao entrar na livraria, vi vários livros do André Vianco, autor que até o momento não havia lido nenhum livro, e resolvi conhecer, e fui apresentada ao O Caminho do Poço das Lágrimas.
É um livro fino, que escolhi para tentar me identificar com o autor que hoje é tão conhecido, precisava iniciar essa relação de alguma maneira. E foi intensa, no mesmo dia que iniciei a leitura, me pareceu um tanto simples, e de repente, não consegui parar de ler até terminar, que coisa doida, prendeu minha atenção como fazia algum tempo que nenhum livro fazia, de maneira diferente, cativantemente diferente... virei fã.. senti...
Tem outro ponto diferente é a arte gráfica do livro, desde a capa até as ilustrações internas, pois é, o livro é ilustrado, com detalhes minuciosos da essência que o livro quer nos passar. Gostei ...
Ao iniciar a leitura dá a impressão de ser tudo um sonho, mas de fato se é sonho ou realidade, vai de cada leitor. A história se passa na trajetória de Jonas (pai) com Ingrid e Bosco (filhos), voltando para casa após uma breve e frustada viagem de férias, no entanto, algo acontece e de repente, se encontram andando por um caminho singular. No início do caminho, aparece a figura de um simpático senhor pitando seu cachimbo que os alertam sobre a importância de se manterem no trajeto e nunca sair da trilha:

 " Para voltar, vocês têm de continuar nessa trilha. E vou contar uma coisa séria. Nunca, nunca saiam desse caminho."

A partir de então, eles começam a caminhar em busca de algo que nem mesmo sabem o que é, a principio pensam que precisam voltar para o carro (que estão voltando pra casa), mas o pai sabe que algo estranho está acontecendo, mas mantem segredo até do que já sabe. Durante a trama, os indícios que os personagens dão, no final não são verdadeiro, o que mais surpreende é essa reviravolta, precisa prestar atenção na leitura.
O Caminho do Poço das Lágrimas imerge o leitor em um ambiente onírico, onde as canções de ninar tecem a trama como uma teia de aranha, que realmente aparece, e quando se dá conta já está preso nela de tal maneira que só resta continuar para o iminente final.
O final é surpreendentemente perfeito para a leitura e para o ponto que o autor quer chegar. No livro, o autor chama a atenção do leitor para a realidade tão estampada em nossas vistas que chega a não ser enxergada como deveria ser, o trivial do esforço ao trabalho deixando a família de lado, e quando percebe a situação que se encontra, pode ser tarde demais. E ai que entra o autor e suas surpreendes reviravoltas, tarde de um jeito, mas não de todos...
O livro nos remete a pensar em outros momentos da vida cotidiana em que podemos ter mais de uma escolha, mostra a importância de ouvir a voz que alguns chamam de "sexto sentido", de acreditar e ouvir as experiências de uma pessoa mais velha do que você, e mesmo assim, ressalta a importância de fazer você mesmo as suas experiências, sair do caminho e tentar o máximo de forças para voltar. E principalmente, que existe forças ocultas que estão por ai, para nos ajudar, para nos auxiliar nos momentos difíceis, basta acreditar!



O Pacto - Joe Hill

Para ser sincera, até conhecer uma colega de trabalho a um ano atrás, nunca havia escutado da existência de Joe Hill, e agora esse é o segundo livro que leio do autor (que tem três lançados), sendo filho de ninguém menos que Stephen King. Até onde estou ciente, Joe Hill já ganhou diversos prêmios por seus livros, incluindo dois Bram Stoker, o mais importante da literatura de horror. É autor de A Estrada da Noite, O Pacto e da coletânea de contos Fantasmas do Século XX (ainda não li o último citado).
Em O Pacto, temos o personagem Ignatius Perrish (Ig) que sempre foi um homem bom, tinha uma família privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e um amor arrebatador, Merrin. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade, Merrim é estuprada e assassinada e o principal suspeito é o próprio Ig. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência, e todos na cidade acreditam que ele seja o culpado pela atrocidade. 
Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas, e que ao vê-lo as pessoas não reagem com espanto e horror, mas entram em uma espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Ninguém está imune, nem família nem o padre, e nisso descobre que todos estão contra ele, sim até a família. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o verdadeiro assassino de Merrin, mas que não podia contar a verdade, uma vez que estava envolvido.
Se torna assim ainda mais sozinho, desenvolve várias habilidades com seus chifres, encontra um tridente (não poderia faltar) e planeja sua vingança, vai atrás de Lee, que apesar de ter sido seu melhor amigo a vida toda (desde que supostamente o salvara de afogamento), é ele quem é o responsável pela morte de Merrin.
No desenrolar dos descobrimentos, ao tocar as pessoas, pode ver o que aconteceu, e assim vê o quando seu irmão sofreu por não ter feito nada na época de Merrin e também o quanto Lee sempre foi macabro.
O livro traz sentimentos de amor, traição, revolta e há uma frase bem realista:

" Quando  as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno,  ser o diabo não é tão mau assim"

Ao meu ver, esperava mais do livro, ele toca no lado diabo interior que existe nas pessoas, mas faltou dose de suspense e mistério. Claro que há várias alusões ao mal e ao que ele faz com as pessoas, mas de maneira até que realista, com casos que acontecem na vida real, sem o mistério esperado por um livro que ressalta o suspense.
O que eu mais gosto que é não foi uma história de ordem cronológica, acontece com capítulos do passado, depois volta ao presente novamente, faz a narrativa em terceira pessoa, ressaltando a narrativas com Ig, Terry e Lee.
A história, no geral, é muito boa! Nos faz refletir sobre a maldade e a falsidade, sobre a vida e a morte, o bem e o mal. Há cenas fortes, principalmente quando o autor usa passagens da Bíblia e transforma o conceito de salvação e misericórdia para o lado do mal. Além de que Joe Hill usa três "ícone-simbologia" que representam o mal: a cobra, o rock e fundição.
Também vale ressaltar que em alguns momentos fiquei confusa, confesso de boa, por que não entendi alguns trechos do livro com a história central. Há a história do Lee que "conserta a lua", uma passagem que faz descrição da infância de Lee no milharal (lembrei de A Colheita Maldita, rs), e tem a "Casa da Árvore da Mente", que não ficou claro se foi fato ou imaginação dos personagens, Ig no final simplesmente some, pra mim ele ficou preso na cerejeira (o diabo da Casa da Arvore), e Merrin que passou de santa para assanhada e depois descobrimos (eu e Ig) que ela tinha câncer (ohh).
Faltou citar que o cenário central da história é uma antiga fundição, e que ao se reconhecer diabo, Ig atrai cobras, faz até uma palestra para elas (coisa de louco), e lógico que tinha que entrar o rock (já citado também em seu outro livro A Estrada da Noite - personagem principal é um roqueiro).
Ah, e vi na internet que está para lançar o filme do livro, uma adaptação cinematográfica que está mais do que confirmada e a todo vapor, não sei a previsão de estréia, mas pasmem, quem interpretará o personagem principal, Ig que é o diabo, será o Daniel Radcliffe, pois é, o eterno Harry Potter!! Vamos ver para crer!!!!



The Walking Dead - A Queda do Governador (parte um) - Robert Kirkman e Jay Bonansinga


ok Vamos lá.... ao terceiro livro da série... 
No primeiro volume, a Ascensão do Governador, apresenta os personagens que iriam conviver em um mundo dominado por mortos-vivos, e nesse primeiro livro há reviravoltas onde o personagem contravertido Philip Blake se torna o governador. No segundo livro, o Caminho para Woodbury, há suas interações com os moradores, do que ele foi capaz para que a cidade murada fosse um local seguro no qual as pessoas pudessem viver em paz em meio ao apocalipse zumbi. O governador tem um senso doentio e muito particular de justiça, ele força prisioneiros a lutarem contra zumbis em uma arena, para delírio dos moradores entendiados, como meio de diversão. No segundo livro, aparecem novos personagens que não concordam com as atitudes do governador, mas que ele acaba vencendo. 
Vale ressaltar que o governador, no primeiro livro, vive o trauma de ter sua sobrinha Penny mordida por um zumbi, e consequentemente vira um zumbi, mas ele não aceita a matar, e a mantem acorrentada em seu apto, o alimenta de restos de mortos da arena.
Em a Queda do Governador dá continuação à história de ação e horror. Lilly que no segundo livro tentou matar o governador em uma missão com outros, e foi fracassado, nesse livro não apresenta o mesmo espírito de rebeldia e revolta, em algum momento chega a entender o governador e a defendê-lo. Encontra no início do livro um paquera, na qual desenvolve um romance e engravida de Austin, sendo totalmente alheios aos acontecimentos quando chega na cidade os forasteiros Rick, Michonne e Glenn que vão fazer do livro o verdadeiro suspense esperado.
Os recém chegados conhecem Martinez ( tipo de policial da cidade e alheio a toda maldade do governador), Dr. Steven (único médico da cidade, é totalmente contra as atitudes do governador, o mesmo sabe mas o tolera devido a seus serviços na cidade) e a enfermeira Alice.
No desenvolver da história, a cidade de Woodbury começa a ficar "descontente" e questionadora sobre o governador, apesar do medo do mesmo e dos zumbis. Com isso, o governador age, mandando pessoas à procura de comida e outros mantimentos, além de continuar com a arena de diversão, mas o governador sente que seu favoritismo está em baixa.
Com a chegada dos forasteiros, ele se sente ameaçado por outras comunidades que estão "reconhecendo o espaço" da cidade dele, ataca com seus capangas os forasteiros e os separa, torturando sexualmente a Michonne até que resolve colocá-la na arena para lutar com os zumbis, o detalhe, que as lutas eram combinadas, e a Michonne a principio aceita o acordo e na hora do show mata o oponente e todos os zumbis da arena, deixando os espectadores indignados com a violência, com isso, o governador literalmente enlouquece.
Antes da arena, o governador havia solicitado que Martinez se fizesse de amigo de Rick para descobrir onde é a comunidade deles, e enquanto o show da arena acontece, Martinez conquista a confiança de Rick, resgata Glenn e vão em busca de Michonne (que depois da arena, fica acorrentada para tomada de decisão do governador sobre o que fazer). No caminho da suposta fuga, o grupo encontra Alice e o Dr. Stevens que decidem fugir com eles.
No muro da cidade para o mundo de zumbis, Michonne não mais acompanha o grupo, diz que precisa acertar as contas com o governador e volta. O grupo continua, passa pelo muro e estão abertos no mundo de zumbis, o Dr. Stevens acaba de passar pelo muro, mas não continua com o grupo, pois é atacado por um zumbi que o morde, os demais se livram do mordedor e iniciam sua jornada.
Michonne volta até a casa do governador, o pega de surpresa, descobre sobre Penny e o tortura além dos limites da imaginação da crueldade. Os capangas do governador chegam, Michonne foge e não termina seu serviço, o governador ainda está vivo.
O livro é simplesmente fantástico, prende totalmente a atenção do leitor devido a sua carga máxima de suspense e terro.